sexta-feira, 13 de maio de 2011

A VOZ ROUCA DAS RUAS


O governo Marcos Coelho não tem sido muito feliz em algumas decisões administrativas. Grande parte das medidas governamentais tem esbarrado em grande resistência, tanto da opinião pública como dos formadores de opinião. O recente exemplo do aumento do IPTU dá o tom da orquestra desafinada que toca no Palácio dos Ferroviários. Projeto aprovado, em pleno recesso parlamentar, cheios de imperfeições e inconstitucionalidades, passou debaixo dos olhos de procuradores, advogados, em detrimento da opinião dos contribuintes. Depois, a peça defeituosa desceu para a Câmara Municipal, habitada por centenas de assessores, e novamente as supostas ilegalidades passaram em brancas nuvens. Preferiram a comodidade e omissão do que contestarem os desejos do chefe do Executivo. Acredito que Marcão não foi o idealizador do projeto do novo Código Tributário. Alguém o construiu! Um grande problema dentro do serviço público é a bajulação. Muitos cantam e dançam para agradar ao chefe e isso causa desastres enormes, que começa na vaidade massageada e termina num prejuízo sem tamanho para a comunidade. Tento me colocar no lugar do prefeito. Ele busca recursos para executar seu projeto de governo. Marcão viu no IPTU, que estava totalmente desatualizado, a tábua de salvação de seu sonho em governar Araguari. O que não compreendo são essas decisões que causam comoção, perda de popularidade e críticas contundentes contra o chamado "novo modelo de administração", expressão cunhada para retratar os desacertos administrativos e políticos. Fico me perguntando: será que Marcão não possui alguém que lhe chame a atenção sobre os efeitos de suas decisões? Conheço alguns assessores que exercem alguma influência junto ao prefeito. Será que o prefeito toma as decisões sozinho? Fernando Henrique Cardoso citava a "voz rouca das ruas", aquele sussurro dos cidadãos que não se manifestam em rádios ou jornais, não são barulhentos mas que no fundo faz um estrago danado. Tenho a impressão que Marcão não deve estar ouvindo “a voz rouca” ou não quer ouvi-la.

3 comentários:

  1. Ronaldo, você foi feliz na abordagem da questão, sob a perspectiva da bajulação.

    Na minha breve experiência na administração pública local, fui tido como inconveniente, chato e "sem jogo de cintura" sempre que manifestava posição contrária a algumas decisões que, sob minha ótica, não eram adequadas, ou não tinham respaldo legal.

    Minha postura me custou caro, em todos os sentidos (inclusive politicamente) justamente por nunca ter bajulado o prefeito, apesar de manter sempre uma postura de absoluto respeito hierárquico. Porém, saí com a consciência de ter agido sempre no interesse da coisa pública.

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  2. Concordo plenamente com o Ronaldo e o Edilvo.
    Na verdade, o poder é uma teia. Todo mundo briga por espaço. Alguns bem intencionados. Outros pensando nos próprios e mesquinhos interesses.
    Assim,cabe ao prefeito separar o joio do trigo e administrar a cidade. Vale lembrar que a cidade não pertence a esse ou àquele grupo. Ela é produto do trabalho e das aspirações de toda a sociedade.
    Por isso, é importante captar a voz rouca das ruas. O problema maior é ter vontade de fazê-lo. Só sintonizam essa voz aqueles que governam movidos por interesses coletivos,pensando no bem estar da população. Com ódio e arrogância, só se dá ouvidos para os bajuladores, aqueles que enxergam o poder como sendo uma infinidade de tetas generosas.

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  3. Prezada pessoa!
    Peço-lhe com o devido respeito que me esclareça a grave denuncia de inconstitucionalidade (ilegalidade) no IPTU: '...Projeto aprovado, em pleno recesso parlamentar, cheios de imperfeições e inconstitucionalidades, passou debaixo dos olhos de procuradores, advogados, em detrimento da opinião dos contribuintes..."
    Mais: "..e novamente as supostas ilegalidades passaram em brancas nuvens..." Afinal, as tais ilegalidades existem ou são apenas supostas? Não entendi. E preciso entender essa discrepância bem como saber das tais inconstitucionalidades para poder me posicionar, primeiro em relação a você, ou seja, se é de fato um araguarino preocupado ou apenas mais um desinformado e... lamentavelmente maldoso.
    Imagino que para fazer tal afirmação você deve ter tido acesso a todos os documentos referentes o IPTU e acesso a opinião balizada de um jurista, no minimo.

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