quinta-feira, 14 de abril de 2011

SIMPLICIDADE NÃO ABRE CAMINHOS

Quanto custa a simplicidade? Custa caro e poucos a têm. No decorrer da vida, nós vamos adquirindo manias, defeitos, como roupas que vamos dependurando ou socando dentro de um armário e, de repente, estamos carregando penduricalhos, que vão aderindo ao nosso corpo, como peles de difícil remoção, escondendo nossa essência. É o caso exemplar do araguarino Rafael José que se apresentou no programa Ídolos da Rede Record, semana passada. Primeiro, a reportagem faz bonita matéria sobre o dia a dia do trabalhador, que canta para os caminhoneiros pelo radio-amador. Veja o video acima e tira suas conclusões. No palco, um sujeito simples. Desses que está se  perdendo com a chegada de novas tecnologias. No fundo um fogão de lenha fumigante, lembrando a casa de nossos avós, onde sua mãe prepara refeições que certamente serão servidas num "buteco" perdido numa dessas rodovias, no município de Araguari.  Os jurados se encantam se emocionam. Nós, do lado de cá, achavámos que o menino iria se classificar. Que nada! A simplicidade é tanta que dois deles preferem deixar Rafael para o ano que vem. Quem sabe, esperando-o perder a simplicidade. Que preço caro pagou por ser simples. A personalidade ainda não corrompida por uma sociedade exigente, que chega às lágrimas por ainda encontrar um sujeito simples, mas que não perdoa essa naturalidade. Com uma "butina" amarela nos pés, Rafael, sem medo e resignado, afirma com um meio sorriso, que o jeito é "voltar prá roça mesmo." Cristo deixou nas Escrituras que são  " Bem-aventurados os simples de coração, porque a Sabedoria Se lhes revelará! . Que Rafael volte mesmo, ano que vem, e que não perca simplicidade, que nos marcou profundamente.

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