sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O NOSSO BIG BROTHER


BIG BROTHER DE ARAGUARI

O vereador Antônio Rodrigues Tosta apresentou requerimento na sessão do dia 25 de janeiro passado, solicitando ao prefeito a realização de rodízio entre os postos de saúde, no período noturno, para atendimento da classe trabalhadora. Há pouco tempo, foi implantado o programa SAÚDE DO TRABALHADOR que não funciona a contento. Se o prefeito acatar a sugestão do vereador seria o estabelecimento de justiça com quem trabalha e produz nessa cidade. Os postos de saúde fecham às 17 horas, não permitindo ao trabalhador atendimento médico e odontológico. Sem falar que alguns postos chegam a fechar no período de almoço (das 11 até 13 horas). Ao mesmo tempo que acerta no primeiro requerimento, em outro o vereador solicita o monitoramente de todas as repartições públicas por vídeocameras. Seria o Big Brother com sabores tipicamente locais, com direito a cenas tórridas que já ocorreram em alguns locais, inclusive com uma denúncia de um cidadão, sobre a ocorrência de sexo numa gabinete da Câmara Municipal, tempos atrás e até numa das salas do Pronto Socorro. Não sei onde arrumaram tempo. È um investimento considerável que bem poderia ser revertido em segurança para toda a cidade, como o projeto adotado pelos nossos vizinhos, que hoje monitaram todo o centro de Uberlândia. Para vigiar funcionário público existem outras fórmulas mais eficazes.
SEMELHANÇAS...
Araguari e Uberlândia, cidades quase gêmeas no nascimento, têm suas semelhanças, em obras paradas e inacabadas. Aqui sofremos com o fracasso do hospital municipal, com dinheiro público enterrado num setor de extrema gravidade. Uberlândia tem seu elefante branco: o Teatro Municipal. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer, o prédio parece mais com um cilindro cortado. O início da construção da obra remonta à gestão de Virgilio Galassi em 1993. Lá se vão quase 20 anos, caro leitor! Os recursos são da prefeitura de Uberlândia e do Ministério da Cultura. Engraçado que lá, o governo federal nem o Ministério Público metem a colher. Pelo menos, nunca ouvi nada a respeito. Cultura não enche barriga e parece que Odelmo consegue domar os ânimos da imprensa e dos setores ligados a área cultural. Diferente daqui. onde nos esgoelamos, esperneamos e produzimos manchete e não se resolve também. Até o Ministério Público Federal entrou na história da nossa obra inacabada do hospital. Já é quase certo que o governo municipal pode transformar o hospital, aquele que foi sem nunca ter sido, em Pronto Socorro. Mas que se faça algo mais funcional. Hoje o chamado Pronto Socorro, que é pronto atendimento, não passa de um mero centro de triagem para a rede conveniada. Semelhanças aqui ou acolá não deixam de ser curiosas. Duas obras paradas, consumindo dinheiro público pelo ralo e que até dá-nos um pouco de consolo. Não é só aqui que se torra recursos públicos. O problema é que aqui ficamos pisando e repisando. Lá um silêncio só.
O CÔNCAVO E O CONVEXO
É uma das obras que beira aos desafios da cidade. A reforma do prédio do Cine Ritz/Apolo se arrasta desde o começo do mandato de Marcos Coelho, sem contar as paralisações e a falta de vontade política em terminá-la. Nesta semana, fiz uma pequena visita ao antes imponente CINERAMA. Para felicidade dos que valorizam a cultura, os operários trabalham em ritmo acelerado. O projeto de reforma é do arquiteto Wesley Santos. Fez poucas mudanças significativas. A recepção do futuro teatro será deslocada para a Rua João Peixoto, antes uma saída de emergência. Ali vão se concentrar as bilheterias. Onde se situa hoje a sala de espera, voltada para a Praça Manoel Bonito se transformará num grande salão de eventos, podendo abrigar a exposições e até projetos culturais. Observando o projeto, espero que eu esteja enganado, conservou-se a tela de projeção côncava, que causa distorções muito prejudiciais aos cinéfilos. Fico torcendo para que o nosso cine-teatro acompanhe todos os cinemas, corrigindo essa tela que servia para outro tipo de projeção. Não podemos ser diferentes!
EM REDE NACIONAL
O Jornal da Record está exibindo uma série de reportagens a respeito da produção brasileira de carnes. Nos segundos e terceiros episódios, exibidos nos dias 1 e 2, Araguari participa da reportagem. Primeiro devido ao pioneirismo de Theóphilo de Godoy, considerado o introdutor da raça zebuína no Brasil, em 1898, quando trouxe as seis primeiras cabeças. Mesmo o nome desse araguarino de coração estar sempre presente na mídia nacional, por aqui continuamos a condená-lo ao anonimato. Sua casa, ainda resiste na Praça Padre Nilo. É um bem tombado pelo Patrimônio Histórico. A família não pode derrubar e nem reformá-lo sem autorização municipal. Como a família não possui interesse, o prédio vai se deteriorando aos poucos. Vivo tocando nesse assunto aqui na coluna na esperança de sensibilizar nossos agentes políticos sobre a importância de preservamos o nosso passado. Vejo também como uma oportunidade excelente para começarmos a explorar nossas potencialidades históricas como meio de fomentar o turismo em nossa cidade. O segundo episodio falou novamente em Araguari, quando trouxe imagens do Frigorífico Mataboi, tido como um dos maiores exportadores de carne do país. O repórter Luiz Gustavo fez interessante matéria sobre o abate de bovinos destinados ao consumo do mundo islâmico, com rituais curiosos. É Araguari cruzando fronteiras e sendo vista como uma cidade vibrante, como sempre deveria ser. Aproveito o ensejo dessa série de reportagens da Record para sensibilizar o presidente do Frigorífico Mataboi sobre a necessidade de preservação do antigo casarão de Theophilo de Godoy, lançando mão de incentivos culturais, como a Lei Rouanet e presentear a cidade que tão bem acolheu o frigorífico há mais de 50 anos.

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