sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A FACA, O QUEIJO E O DEDO

Raulzinho Belém não avaliou bem o significado do convite para assumir uma vaga de terceiro escalão no governo Anastasia. Esses cargos dificilmente dão projeção junto ao eleitorado local. Exemplo disso é o do ex-prefeito Marcos Alvim que participou de uma estatal e que poucos reflexos trouxeram à sua votação nas últimas eleições. Ou melhor, pouco somou. A grande votação de Raul, nas últimas eleições parlamentares, o credenciou como forte candidato a prefeito. Seguramente, Raul é a grande novidade eleitoral que se posta como alternativa aos nomes batizados e rebatizados. Outro fator de extrema importância para Belém é que sua família possui uma emissora de rádio de tradição, que já não ocupa a liderança de anos passados, mas que pode influenciar positivamente junto ao eleitorado. Na linguagem popular, Raulzinho é a bola da vez. Por isso seus passos devem ser medidos e avaliados, para não se jogar fora uma chance de se criar um novo projeto político para a cidade. O desgaste dos políticos locais é flagrante e esse vácuo pode ser ocupado por novas idéias e nomes. Os grupos que vem chegando ao poder, ao longo dos anos, deixam o governo totalmente aniquilados. O vazio de lideranças abre espaços até para aventuras e Araguari não suporta mais esse tipo de comportamento. Se Raul não souber usar a faca, lá se vão os dedos!

IMPORTANTE MAS DISTANTE

Outro nome que pode se apresentar como alternativa às próximas eleições é o do ex-vice-prefeito Marlos Fernandes. Continua no time de Anastasia, ocupando o mesmo cargo, vice-presidente da estatal MGS, que praticamente não lhe traz boa visibilidade. Podemos afirmar que hoje Marlos Fernandes deve ser o interlocutor de Araguari com maior influência junto ao governo estadual, mas com poucos reflexos numa possível disputa eleitoral. Essa proximidade com Anastasia poderia ser dividida com Raulzinho, caso o mesmo aceite o convite para assumir cargo em Belo Horizonte. Serão dois potenciais candidatos longe do palco eleitoral.

Fala-se muito numa suposta recandidatura de Marcão nas próximas eleições. Pessoa próxima a ele me afirmou que dificilmente o prefeito namoraria a idéia, mesmo faltando praticamente um ano e meio para a deflagração do processo eleitoral. Segundo esse interlocutor, Marcão passa por um processo de desgaste de difícil recuperação, com vistas às eleições seguintes. O vice Júberson de Mello anda desaparecido do mapa. Sabe-se que pretensão ele tem para ocupar a cadeira de Marcão. Resta saber o que restou dos escombros da última eleição e que rupturas surgiram dentro do seu grupo, que pode não estar falando a mesma língua. Nessa avaliação para as próximas eleições podemos citar os nomes de Werley Macedo, que ainda não configurou o seu grupo de apoio e de Justino de Carvalho que, mesmo não residindo em Araguari, busca não deixar no vazio o trabalho já realizado, quando disputou as últimas eleições. Por fim, não podemos nos esquecer de dois nomes. Um é do eterno candidato Vanderlei Inácio, um nome constante em todas as eleições, mas que hoje se esbarra na Lei da Ficha Limpa, que o impediu de se candidatar nas últimas eleições. O outro é do ex-prefeito Marcos Alvim, que pode ser salvo pela morosidade da Justiça, quando tentará provar que não houve irregularidades na construção do que seria um hospital. Dois nomes que podem dividir o eleitorado e abrir espaço para o novo.

PERMUTA

O secretário de governo, Aluisio Nunes de Faria, afirmou à coluna que, diferentemente do que foi publicado aqui, não se trata de uma “doação” à Rede Integração e sim de um convênio que deverá ser firmada com a Prefeitura, com respectiva contraprestação de serviço. O montante investido pela prefeitura, R$200 mil, será revertido em matérias publicitárias, ao longo desses quase dois anos de mandato que restam ao prefeito. A matéria agora fica sob a responsabilidade da Câmara Municipal. No linguajar radiofônico, essa modalidade de negócio é batizada de permuta. A empresa de comunicação abre espaços para o empresário, neste caso a prefeitura, e o troca por mercadorias. Para os modernos administradores essa prática não é muito aconselhável. Normalmente alguém sai lucrando mais que a outra parte.

UMA PAUSA

Vamos respirar! Uma pausa nesta complicada realidade de tiros, seqüestros, violência e a desastrada classe política brasileira, difícil de agüentar. Vamos falar de Karine Izolina da Silva. É a representante de Araguari no concurso Garota do Papo, promovido pelo programa Papo de Butiquim, comandado por Luiz de Lara, na Rede Vitoriosa. A vencedora receberá, além de books fotográficos e recompensa financeira, a possibilidade de se lançar na carreira de modelo. A candidata terá que acumular o maior número de votos para se tornar vencedora. Para votar em Karine acesso o site http://www.uipi.com.br/garota-do-papo.

BRETAS

Palpites dos meios de comunicações em empresas privadas só devem acontecer quando envolve interesse público. É o que acontece com o grupo Bretas que adquiriu da prefeitura um espaço destinado a uma rua, que iria facilitar o acesso do cidadão ao bairro do Rosário e vice-versa. Em nome do desenvolvimento e afobação do grupo político que governava a cidade, não se estabeleceu critérios para a venda do bem público. O dinheiro levantado, R$281.961,33, se perdeu em outras despesas e o que se percebe é que o grupo Bretas adiou a construção do empreendimento. Perdeu-se uma rua e não ganhamos o shopping. Já se vão três anos. O poder público não pode obrigar o grupo a concretizar o shopping que, se construído, abrigaria 53 lojas, incluindo três salas de cinema. Existe o interesse de três grandes varejistas nacionais em estender seus negócios nesse investimento.

CAMPANHA SALARIAL

O Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais começa a se movimentar com vistas às reivindicações salariais de todas as categorias. Na quinta-feira passada, o SINTESPA convocou assembléia geral para debater a pauta de reivindicações. Entre elas prevê-se a paralisação de todas as atividades durante 24 horas como alerta à administração sobre a defasagem salarial que beira aos 25%. Além disso, o sindicato quer que o prefeito cumpra suas promessas de campanha como plano de saúde, vale-alimentação, revisão do Plano de Cargos e Salários. Atualmente somente aqueles funcionários que recebem o salário mínimo têm conseguido a reposição salarial. Hoje, nota-se uma perigosa equiparação de salários entre os profissionais de nível superior com as carreiras que não exigem formação especial ou técnica. O salário base de quem tem formação superior é de R$850,00 muito próximo do salário mínimo (R$545,00). Com isso, a prefeitura tem perdido muitos profissionais para o mercado, que paga salários mais condizentes com a realidade. Esses fatos são apontados como os provocadores da baixa votação do vice-prefeito nas últimas eleições.

DO MESMO SANGUE

Dias atrás comentávamos neste espaço, a importância de Araguari no cenário de indústria de carnes. Na oportunidade, sugerimos ao presidente do Frigorífico Mataboi, a idéia de se preservar o prédio que foi a residência de Theóphilo de Godoy, o introdutor das raças zebuínas no Brasil. Mal sabíamos que o ilustre araguarino é o bisavô de Murilo Dorázio. Mais um motivo que fortalece nossa idéia de se preservar a mais antiga construção da cidade. Por outro lado, o Frigorífico Mataboi está sendo sondado pelo grupo Marfrig, com o apoio do BNDES, para possível associação ou aquisição do controle acionário. As conversações já teriam iniciadas. O Mataboi é um dos grandes frigoríficos nacionais, com seis unidades de abate, com faturamento anual beirando os R$600 milhões. Segundo análise de técnicos, o Mataboi está estruturalmente arrumado, diferentemente de outras empresas do setor e mais da metade de seu faturamento é resultado de exportações para vários países do mundo. A notícia triste é que, a cada dia, o frigorífico vai transferindo seus escritórios para Uberlândia e num breve tempo ficaremos só com o abate. Não sei se essa transferência trará reflexos em termos de arrecadação de impostos. O Mataboi, hoje, é a maior indústria araguarina.

ISMAEL

O engenheiro Ismael Figueiredo, desaparecido do noticiário, tem suas razões para justificar seu afastamento da agitação política da cidade. Ultimamente tem concentrado seus esforços numa possível candidatura à presidência do CREA-MG. Ele afirmou à coluna que é uma oportunidade única para o interior do estado emplacar um nome na presidência de uma entidade que nunca foi comandada por alguém fora do eixo de BH. Costuras políticas e apoios podem levá-lo à presidência desse conselho que reúne engenheiros, arquitetos e agrônomos de todo o estado.

Um comentário:

  1. Com a aprovação da Lei n° 12.378, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 que criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do BRasil - CAU/BR, e os referidos conselhos regionais estaduais, o CONFEA/CREA não mais irá reunir os arquitetos e urbanistas em seu quadro. O CREA será, até o fim de 2011, será o órgão fiscalizador apenas de engenheiros, agrônomos e geógrafos, entre outros profissionais.

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