A foto acima nos remete aos anos 70, quando nossa cidade somava 64.190 habitantes. Em 40 anos, o crescimento da população sempre caminhou com taxas baixas, sem grandes sobressaltos. Somente no decorrer da década de 70, Araguari experimentou um crescimento respeitável. Taxa de 2,67% ao ano até estabilizar-se nas décadas seguintes, crescendo perto de 1% ao ano. Observando a foto, ainda resistem na zona central da cidade extensos lotes testemunham nossa resistência ao crescimento imobiliário. Desde aquela época, os meios de comunicações locais questionavam os dados apresentados pelo IBGE. Os números finais do Censo/2010 assustaram meio mundo. O que se percebe é que a população brasileira não cresce a taxas indianas. Em 10 anos, pouco mais de 7% de acréscimo na população do estado. Algo em torno de menos de 1% ao ano. O inconformismo com o número de habitantes, principalmente em nossa região, das cidades que querem mostrar crescimento, foi flagrante. Todas as cidades do Triângulo não alcançaram a projeção feita pelo IBGE em 2009. Nem Uberlândia, que orgulhosamente adora inflar seus números, e muito menos Uberaba que tenta acompanhar, por baixo, o crescimento da rival. As duas maiores cidades do Triângulo sentiram que foram boicotadas pelo IBGE. Esse sentimento tomou conta do Araguari. Não alcançamos os 120 mil habitantes. Ou melhor, ficamos bem longe das previsões otimistas que nos lançavam perigosamente às alturas. Não vejo essa explosão populacional como retrato de crescimento. Não adianta nada a população aumentar se esses números não vierem acompanhados de melhoria da infra-estrutura urbana, com equipamentos públicos funcionando nas áreas de saúde, educação e lazer. Crescer para quê? Criar bolsões de pobreza, quando o governo não consegue acompanhar o aparecimento de bairros e ainda soltar foguetes? Essas chamadas grandes cidades apresentam também setores pobres que graças às mágicas de marketing não aparecem nos noticiários. Plantam em nossas mentes cidades evoluídas, sem problemas, um verdadeiro paraíso na terra. Que grande bobagem! Os números são frios e dão a dimensão correta de cada cidade. Uberlândia, com algum esforço, ultrapassa a marca de 600 mil habitantes. Uberaba consiga chegar nos 290 mil. Uma cidade que surpreende é Araxá. No Censo de 2001, a cidade de Dona Beja contava com 78.997 habitantes. Hoje, nos dados publicados pelo IBGE, a cidade das águas medicinais alcança 93.071 habitantes. Um belo crescimento! Na região, as cidades pequenas continuam com crescimento pífio e uma delas, Romaria, perdeu habitantes. Esses dados, tão questionados, servem para a distribuição do Fundo de Participação dos Municipíos e por isso viram instrumentos políticos. Mais habitantes, mais verbas governamentais. No fundo, esse crescimento estatístico depõe contra as administrações que querem números populacionais altos. O que adianta números brilhantes e baixa qualidade de vida?
Um espaço de reflexão dos fatos do cotidiano, tendo Araguari como foco principal de nossas discussões. Uma visão diferente, um ângulo pessoal dos acontecimentos.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
SURPRESAS!
A foto acima nos remete aos anos 70, quando nossa cidade somava 64.190 habitantes. Em 40 anos, o crescimento da população sempre caminhou com taxas baixas, sem grandes sobressaltos. Somente no decorrer da década de 70, Araguari experimentou um crescimento respeitável. Taxa de 2,67% ao ano até estabilizar-se nas décadas seguintes, crescendo perto de 1% ao ano. Observando a foto, ainda resistem na zona central da cidade extensos lotes testemunham nossa resistência ao crescimento imobiliário. Desde aquela época, os meios de comunicações locais questionavam os dados apresentados pelo IBGE. Os números finais do Censo/2010 assustaram meio mundo. O que se percebe é que a população brasileira não cresce a taxas indianas. Em 10 anos, pouco mais de 7% de acréscimo na população do estado. Algo em torno de menos de 1% ao ano. O inconformismo com o número de habitantes, principalmente em nossa região, das cidades que querem mostrar crescimento, foi flagrante. Todas as cidades do Triângulo não alcançaram a projeção feita pelo IBGE em 2009. Nem Uberlândia, que orgulhosamente adora inflar seus números, e muito menos Uberaba que tenta acompanhar, por baixo, o crescimento da rival. As duas maiores cidades do Triângulo sentiram que foram boicotadas pelo IBGE. Esse sentimento tomou conta do Araguari. Não alcançamos os 120 mil habitantes. Ou melhor, ficamos bem longe das previsões otimistas que nos lançavam perigosamente às alturas. Não vejo essa explosão populacional como retrato de crescimento. Não adianta nada a população aumentar se esses números não vierem acompanhados de melhoria da infra-estrutura urbana, com equipamentos públicos funcionando nas áreas de saúde, educação e lazer. Crescer para quê? Criar bolsões de pobreza, quando o governo não consegue acompanhar o aparecimento de bairros e ainda soltar foguetes? Essas chamadas grandes cidades apresentam também setores pobres que graças às mágicas de marketing não aparecem nos noticiários. Plantam em nossas mentes cidades evoluídas, sem problemas, um verdadeiro paraíso na terra. Que grande bobagem! Os números são frios e dão a dimensão correta de cada cidade. Uberlândia, com algum esforço, ultrapassa a marca de 600 mil habitantes. Uberaba consiga chegar nos 290 mil. Uma cidade que surpreende é Araxá. No Censo de 2001, a cidade de Dona Beja contava com 78.997 habitantes. Hoje, nos dados publicados pelo IBGE, a cidade das águas medicinais alcança 93.071 habitantes. Um belo crescimento! Na região, as cidades pequenas continuam com crescimento pífio e uma delas, Romaria, perdeu habitantes. Esses dados, tão questionados, servem para a distribuição do Fundo de Participação dos Municipíos e por isso viram instrumentos políticos. Mais habitantes, mais verbas governamentais. No fundo, esse crescimento estatístico depõe contra as administrações que querem números populacionais altos. O que adianta números brilhantes e baixa qualidade de vida?
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