segunda-feira, 27 de setembro de 2010


BOSQUE JOHN KENNEDY

O Dia da árvore praticamente passou em branco. Deveria ser um dia de muita discussão sobre o nosso presente e futuro. Hoje, o que me preocupa é a passividade de quem deveria ter a responsabilidade de manutenção do Bosque John Kennedy. Se o leitor observar a centenária mata, que nos enche de orgulho até hoje, vai notar muitas falhas na antes compacta floresta. O bosque envelheceu. Grandes clareiras já são notadas no seu interior. Por falta de manejo correto, durante dezenas de anos, a mata não foi se renovando. Segundo dados do Arquivo Municipal, a mata foi demarcada e através da lei nº 73 de 03 de novembro de 1889 e o agente executivo ficou responsável pela fiscalização e conservação dessa imponente reserva florestal. Dizem os mais antigos que, aquela região, que hoje conhecemos como bairro do Bosque era mata fechada até nas margens do então saudável Córrego Brejo Alegre. O médico e político Adalcindo de Amorim, no seu livro Rumo a Terra, narra poeticamente os sentimentos que ele nutria pela exuberante mata: “Aquele parque ensombrado é primorosa homenagem à poesia! Refúgio dos deprimidos, refrigério para os que se extenuam na luta cotidiana, bálsamo para o corpo e para o espírito (...) O Bosque regurgita de belezas para as crianças. Dá sombra e ternura para juventude. E, quando ouve os passos da velhice, mostra como envelhecem as velhas árvores”. E é disso mesmo que estamos falando. A velhice bate à sua porta e prenuncia um agonizante fim, se medidas salvadoras não forem tomadas. A foto acima retrata a portaria do então Parque Siqueira Campos, que ainda está registrado na mente dos mais antigos.

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